Qualquer pessoa que quisesse aprender, teria direito a uma Licença Temporária de Aprendizagem, com a validade de 6 meses. Após esse período de tempo, caso o aproveitamento não fosse satisfatório (e vamos deixar o significado de satisfatório por definir, para já, para não dizerem que só prodigiozinhos irritantes é que têm direito a tocar), o requerente seria impedido de voltar a pegar num instrumento musical por um prazo novamente de 6 meses, até poder pedir outra Licença de Aprendizagem.
Alguém devia explicar a muita boa gente que o facto de se possuir um instrumento musical, não implica necessariamente que se saiba tocar como deve ser, autoapelidando-se como executante desse mesmo instrumento.
Em caso de reincidência de uso de instrumentos musicais em público, sem ser reconhecida a devida competência para tal, os arguidos, após provada culpabilidade, seriam abatidos por um pelotão de fuzilamento. Os membros do pelotão não falharão, nem tão pouco quebrarão as normas de segurança. Mas lá está, esses tipos têm Licença de Porte de Arma e boa formação no uso da mesma. Esta medida acabaria com 92% das bandas e "músicos" portugueses que se julgam no direito de exprimir as suas emoções como acham correcto: uma maravilha.
A disciplina de Educação Musical deveria ser leccionada até ao 12º ano, contando a mesma para a média de acesso à universidade. Esta medida, caso implementada com sucesso, e com intervenção de bons professores e conteúdos programáticos, impediria que qualquer ser inteligente alguma vez voltasse a dizer que os Xutos e Pontapés são a melhor banda de rock portuguesa de sempre, que nenhum guitarrista do mundo chegará aos calcanhares do Jimi Hendrix, ou que o Kenny G toca jazz. Caso contrário, nunca se poderá exigir muito das pessoas. Um indivíduo ao qual tenha sido fornecido em toda a sua vida apenas dois alimentos, como por exemplo tomates podres e bolacha maria, achará, com toda a certeza, que a bolacha maria é o expoente máximo de toda a alimentação. Em suma, um ignorante não pode ser obrigado a sentir a falta daquilo que não conhece.
Da mesma forma, se eu mandasse:
- O Jorge Palma seria obrigado a fazer uma viagem no tempo, até 1977, fazer uma cura de desintoxicação, e ter aulas intensivas de formação musical, de modo a poder maximizar todo o seu potencial, já que isto dá menos trabalho do que mandar abater a quantidade de pessoas que põem as mãos no fogo pela sua genialidade.
- O Carlos Alberto Vidal, mais conhecido por Avô Cantigas, continuaria a poder continuar com a sua carreira musical, tendo em conta a fabulosa qualidade do seu trabalho. No entanto, a venda dos seus cds e dvds seria limitada a África, às zonas mais pobres da Ásia e da Europa de Leste, e aos estados dos EUA em que a população é claramente ignorante (cerca de 47, no total). Esta medida faz sentido pelo facto destes povos serem os únicos capazes de apreciar a supracitada qualidade do trabalho discográfico do Avô Cantigas.
- O Fernando Girão continuaria a usar Fructis que nem um doido, mas as suas músicas teriam apenas um minuto e meio de duração, altura pela qual ele se começa a entusiasmar e a emitir sons ininteligíveis.
- A Luciana Abreu viria viver cá para casa, e até podia continuar a cantar as músicas da Floribela, mas nua e muito baixinho, para não me causar enxaquecas. De seguida, a moça daria aulas de canto à Soraia Chaves, que também podia vir viver para pertinho de mim*.
"Deseja alguma coisa, Senhor Engenheiro?"